Começámos oficialmente a operação: jardim.
Comigo no início da época dos casamentos/eventos etc.. e com o verão a chegar, estamos num impasse. Queremos o jardim pronto, qual quer minuto livre com bom tempo é lá que habitamos a 200%. Obviamente que ter um jardim pronto requer muito tempo e igualmente muito dinheiro e claro não vou florear as coisas, uma casa grande antiga com um grande jardim é igualmente proporcional a um grande gasto de dinheiro.
Temos que ser cautelosos, temos que dar todos os passos com cuidado e com a certeza de que estamos a investir na altura certa no local certo.
Para já temos um jardineiro que nos está ajudar com a implantação da relva, regular os expersores de rega, que graças a deus já existiam por isso foi menos esse investimento, com o corte de alguns arbustos e árvores de forma mais técnica.
A Rita, arquitecta paisagista da viplant empresa que vos falei no último post, está a ser uma óptima ajuda para me ajudar a orientar e conseguir dar vida a um jardim que idealizo na minha cabeça.
Além de toda esta parte mais técnica e mais de construção de uma boa base, uma área de relva bem delineada, escolha de boas plantas e flores para o jardim etc... existe uma outra parte que é para mim igualmente importante, a criação de uma ligação emocional com o nosso jardim (vá gozem à vontade, mas é verdade).
Sempre tive jardins na minha vida, e cada um deles significava coisas muito importantes. Acho que tal como na casa, onde o meu estilo pessoal é ir ''beber'' de todas as experiências estéticas que me transportam para alguma memória feliz, no exterior o jardim deve ser uma compilação de memórias, momentos, recantos com significado.
Em casa da minha avó Jú, havia potes de barro maiores que eu, em casa da minha avó Teresa a primeira coisa que se debruça pelo muro fora é uma cascata de flor de jasmim. Na casa em Sintra onde passamos os verões o relvado é por onde nos espalhamos depois dos longos almoços de verão, cada um na sua mas todos juntos.
Por coincidência ou não, quando nos mudamos, para esta casa, já cá havia uma flor de jasmim a trepar muro fora, como a da avó Teresa, havia uns potes de barro bem grandes e antigos, como no jardim da avó Ju, não havia relva como em Sintra, mas havia espaço para ela crescer.
Mas há um jardim, o primeiro jardim onde me lembro de brincar, em casa da minha bisavó Teresa no meio de Cascais, numa casa bem parecida com a nossa. Nesse jardim, na casa onde nasci e talvez a única casa que tenho saudades e pena de não puder voltar a entrar havia uma árvore, uma romãzeira, que eu adorava.
E agora querem saber a melhor? No dia da criança, a viplant lembrou-se que seria giro os meus filhos plantarem uma árvore cá em casa. Este gesto vale por muitos motivos; porque é sempre importante mostrar que nada cai do céu, porque é importante cultivarmos o nosso planeta nem que seja uma árvore de cada vez e claro, porque se a tratarmos bem ela estará aqui para sempre, ou pelo menos por muitos anos. O mais engraçado desta história é que a árvore escolhida foi uma romãzeira, não por mim mas pela viplant, obviamente sem saberem, desta história. O mais giro, é que apenas realizei que era a mesma árvore que adorava, do jardim da minha bisavó, quando vi os miúdos a plantarem e comecei a prestar atenção à flor e à folha.
Acreditem se quiserem, mas há coisas que não se explicam. A conclusão é que agora temos no nosso jardim, três símbolos da minha infância, que vão com certeza, consciente ou inconscientemente marcar os meus filhos.
Para mim construir um jardim é isto. Sujar as mãos, fazer parte do processo. Trazer para o nosso jardim um ambiente que nos seja tão familiar como a escolha de quadros, ou de peças que trazemos para os nossos interiores.
Sobre a romãzeira: - Nome cientifico: Punica granatum
- A romãzeira gosta de muito sol, não é uma planta que exige grande especificidades mas deve ser regada com alguma regularidade, ainda que não deva estar muito em cima da fonte de água ( exemplo, os expersores da rega muito aproximados) para que não apodreça.
- O que nós fizemos:
Escolhemos um local com boa exposição solar e com uma distância suficiente dos expersores para que seja regada mas que não seja de mais.
Cavamos um buraco, ligeiramente maior do que o tamanho do vaso onde a romãnzeira vinha, e colocamos lá a nossa árvore.
Depois de colocada, certificamo-nos que a terra ao seu redor estava bem regada!
Foram 10 minutos do nosso dia, depois do almoço, depois do sol mais intenso, todos ajudámos e é uma árvore que vamos ver crescer, que iremos comer um dia os seus frutos e que com certeza ficará na memória deles, como ficou na minha.
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